“Caçadoras de talentos”

Contabilista no topo do prestígio


Várias empresas de recrutamento de executivos, aqui e no exterior, realizaram pesquisas que confirmam a tendência

 

11/02/2011 - José Maria Chapina Alcazar *

A constatação é das empresas que buscam profissionais no mercado, as chamadas “caçadoras de talentos”. Cada vez mais as organizações procuram executivos da área contábil, tendência internacional que revela a importância dessa categoria profissional para a eficácia dos empreendimentos. Para nós, que militamos na área, a procura de quadros especializados em contabilidade ou de consultorias de serviços contábeis de comprovada competência não constitui novidade.

Há tempos identificamos que, em cenário de economias interdependentes e globalizadas, que estão a exigir decisões complexas, organizações de todos os portes e setores não podem abrir mão de profissionais como os contabilistas, eis que de seus conhecimentos dependem o acerto de decisões em áreas essenciais como a financeira, a tributária e a de controles, para citar algumas que são cruciais no sistema produtivo das Nações.

Várias empresas de recrutamento de executivos, aqui e no exterior, realizaram pesquisas que confirmam a tendência. Uma das mais completas foi feita pela Consultoria Robert Half, que ouviu cerca de 1.900 responsáveis pela contratação nas empresas, em dez países. Na síntese de seu levantamento, concluiu que, no primeiro semestre de 2011, nada menos de 36% dos consultados pretendem aumentar suas equipes de executivos no Brasil, sendo que perto de 40% justamente na área da contabilidade.

O interessante é a análise que pesquisadores da Robert Half fazem para explicar a ampliação dessa demanda em nosso País. O contabilista, no Brasil mais do que em outros países, é hoje um quadro estratégico para todas as áreas das corporações. Basta pinçar a planilha de nossa carga tributária, seguramente uma das mais elevadas do mundo. O Brasil, como potência emergente, exige que os nossos especialistas se obriguem a uma constante atualização nas áreas fiscal e tributária, para acompanhar os prazos, as normas, decretos e regras de todos os calibres. O desafio que se impõe é o de criar sintonia com a velocidade das mudanças ou, em outros termos, conectar a antena com a tecnologia do conhecimento.

Não por acaso, as empresas que, conforme mostram as pesquisas, pretendem se instalar no Brasil em breve, têm dificuldade em entender a complexidade do ambiente fiscal e tributário nacional. Isso ocorre, principalmente, com executivos estrangeiros em posição de comando. O contabilista, assim, deixa de ser um mero técnico para assumir a posição estratégica de aconselhamento, vital para a tomada de decisão de investidores, diretores e altos executivos.

Há ao menos duas conclusões a extrair desses fatos. A primeira é particularmente benfazeja: o contabilista é um profissional cada vez mais valorizado e, hoje, sua atuação pode ser comparada com a do advogado como operador do Direito e a do médico na área da Saúde. É por isso que propugnamos por vários anos e aplaudimos a decisão, tomada em 2010, de se fazer retornar, por força de Lei Federal, a obrigatoriedade do Exame de Suficiência, reconhecimento oficial de que o profissional de contabilidade reúne a capacitação exigida por um mercado em crescente expansão. Assim, mais do que uma exigência, trata-se de valorizar os conhecimentos de nossos profissionais.

A outra conclusão deriva da anterior. Mais do que nunca, o contabilista – executivo de empresa, empreendedor da área, jovem em início de atividade ou já maduro, não importa – está obrigado a se reciclar a cada dia, a considerar seu mister um aprendizado permanente. Esta atitude é fundamental não apenas porque vivemos um momento no qual a carreira deste profissional está em alta. Ela é mais do que necessária para consolidarmos, no mercado e na sociedade, a noção de que nossa atividade mudou de patamar e sua valorização deve ser prioritária em todos os empreendimentos que almejam sucesso nesses tempos de competitividade acirrada e busca de produtividade.

 

* José Maria Chapina Alcazar é empresário, presidente do SESCON-SP - Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis e de Assessoramento no Estado de São Paulo, da AESCON-SP – Associação das Empresas de Serviços Contábeis e coordenador do Fórum Permanente em Defesa do Empreendedor.

Revista INCorporativa

Notícias

Herança musical: Como proteger direitos autorais antes da morte?

Precaução Herança musical: Como proteger direitos autorais antes da morte? Dueto póstumo envolvendo Marília Mendonça e Cristiano Araújo ilustra como instrumentos jurídicos podem preservar legado de artistas. Da Redação quinta-feira, 23 de janeiro de 2025 Atualizado às 15:07 A preservação do legado...

Imóveis irregulares: Saiba como podem ser incluídos no inventário

Imóveis irregulares: Saiba como podem ser incluídos no inventário Werner Damásio Descubra como bens imóveis sem escritura podem ser partilhados no inventário e quais os critérios para garantir os direitos dos herdeiros. domingo, 19 de janeiro de 2025 Atualizado em 16 de janeiro de 2025 10:52 A...

STJ julga usucapião de imóvel com registro em nome de terceiro

Adequação da via STJ julga usucapião de imóvel com registro em nome de terceiro Recurso visa reformar decisão de tribunal que extinguiu o processo por ausência de interesse de agir. Da Redação sexta-feira, 17 de janeiro de 2025 Atualizado às 17:23 A 4ª turma do STJ iniciou julgamento de ação de...

Divórcio é decretado antes da citação do cônjuge, que reside nos EUA

Divórcio é decretado antes da citação do cônjuge, que reside nos EUA 16/01/2025 Fonte: Assessoria de Comunicação do IBDFAM A Justiça do Rio de Janeiro decretou o divórcio antes da citação do cônjuge, um americano que reside nos Estados Unidos. A decisão da 2ª Vara de Família da Regional da Barra da...

Holding deixada de herança: entenda o que a Justiça diz

Opinião Holding deixada de herança: entenda o que a Justiça diz Fábio Jogo 14 de janeiro de 2025, 9h14 Sem uma gestão transparente, o que deveria ser uma solução para proteger o patrimônio pode acabar se transformando em uma verdadeira dor de cabeça. Leia em Consultor Jurídico      ...

STJ admite penhora de direito aquisitivo de imóvel do Minha Casa, Minha Vida

DEVE, TEM QUE PAGAR STJ admite penhora de direito aquisitivo de imóvel do Minha Casa, Minha Vida Tiago Angelo 12 de janeiro de 2025, 9h45 “Nesse contexto, como ainda não se adquiriu a propriedade plena do imóvel, eventual penhora não poderá recair sobre o direito de propriedade – que pertence ao...